Sabor de Infância


Eu me lembro de quando chegavámos de viagem, cansados Ă  casa de minha avĂł materna. Eram tantas malas, nunca soube realmente quanto tempo estava previsto a nossa estada por lá. A casa toda tinha cheirinho de forno Ă  lenha, onde minha querida vozinha assava as fornadas de pĂŁes que saciariam a fome de todos os netos. Lá era um lugar acolhedor, um quintal grande onde minha havia sido criada, com pĂ©s de manga, goiabeiras e pitangueiras. Há tempo bom, eu era a Ăşnica menina no meio de sete moleques travessos, como sempre fui muito doentinha na infância, pouco brincava, passava a maior parte do tempo deitada na cama grande com colchĂŁo de palha ouvindo  as histĂłrias do que Saudade de VocĂŞ do Eli CorrĂŞa, lá eu sonhava com a vida lá fora, brincando de bola e de boneca de pano, eu fui feliz, raspando o tacho com doce de abobora e coco. Que era que delĂ­cia ficar sentadinha na porta da cozinha que dava pro quintal, meu mundo era ali, lá morava toda a felicidade do mundo... e os pássaros sempre vinham me visitar, cantando na minha janela.

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